sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Desapego.

Todos já se desapegaram de algo, alguma roupa, objeto, utensílio, alguma mania, gíria, costume, até mesmo de amores e amizades, o processo sempre foi dolorido, abrir mão, deixar definitivamente, era considerado algum tipo de atitude drástica. 
Porém, se observarmos atualmente, o desapego se tornou extremamente comum, instantâneo, ainda mais quando se trata de relações pessoais, em todos os períodos da vida, como se nada fosse bom o bastante para a satisfação própria.
Não quero generalizar, pois sei que desapegar em alguns casos, é necessário e bom, como por exemplo, fazer doações para quem precisa; todavia reflito: Será que não estamos desistindo rápido demais?
As relações estão se tornando superficiais, já são criadas para um curto prazo, ou até a finalidade dos interesses. Acredito que todos nós deveríamos observar mais atentamente, o que devemos de fato desapegar, e no que devemos insistir um pouco mais... 

Fragilidade da Vida.

Acho que são momentos como esse em que você para pra refletir na vida. Que você realmente para! Para tudo o que está fazendo, o almoço, o trabalho, a risada, o compromisso, tudo porque você pensa o quão valiosa é a sua vida, e o quanto ela passa rápido.
Como não damos valor para coisas corriqueiras, para detalhes, e uma hora tudo some, tudo acaba. Por que a morte nos confronta tanto? Não sabemos que haverá um fim destinado a cada um? E mesmo sabendo que a morte é a única certeza da nossa vida, ela ainda nos consegue pegar de surpresa.
Não tem raça, classe social, estado financeiro, pode ser repentinamente, doloroso a curto/longo prazo, mas a esperança é a última que nos deixa, e quando a morte vem, nos sentimos frustrados e incapazes.
São nesses momentos que vemos o paradoxo da vida, é na morte que percebemos, por exemplo: Olhar uma criança brincando, ver sua calmaria, sua paz, mesmo numa situação dessas, e nós, um pouco maiores, chorando um pranto doloroso de uma vida que se encerra.
Mães, filhos, parentes, amigos, conhecidos e curiosos, gente que nem era próxima, mas que se compadeceram do falecido. Já em vida, somos tão falhos.
Meu questionamento final é: Quando é que vamos nos comportar diante da vida, do mesmo jeito, em que nos comportamos diante da morte?